Friday, February 17, 2006

Temporal e barca

Sexta-feira, dia 10, estava voltando de Niterói quando desabou mais um daqueles temporais de fim de semana que já estão se tornando tradicionais. Como estava na barca Itapetininga (para mim, a melhor delas, porque tem varanda E lanchonete), pensei que seria uma lástima ver o Rio pelas janelinhas. Então, tentei ficar mais um tempo na varanda curtindo a brisa e o balanço do mar. Infelizmente, foi ficando impossível me esconder da chuva. Foi aí que tive uma revelação: o primeiro andar da barca, perto da janela, em dia de maré alta é o que há. Me lembrei muito de As Bciletas de Belleville.
Nessa animação belga de 2004, um ciclista narigudo francês (epa, isso é quase um pleonasmo) é seqüestrado durante a Tour de France. Os seqüestradores, mafiosos nanicos com seguranças em forma de armários, jogam o garoto em um navio e o levam para os EUA. Sua avó então tem a brilhante idéia de alugar um pedalinho na Riviera francesa por 20 minutos a 1 franco para cruzar o Atlântico atrás do neto. A cena do pedalinho indo ao sabor das ondas, ao som de música clássica, é realmente ótima. Foi justamente desta cena que me lembrei na sexta-feira passada quando o mar estava alto e a barca batia sem parar.
Recomendo o filme. É uma boa animação sem o estilo Disney da coisa. É certo que, no início, a caracterização dos personagens causa algum estranhamento. Explico: o diretor divide os personagens por países. Os franceses são sempre narigudos. Os americanos sempre gordos e estão sempre comendo hambúrguer e a portuguesa (sim, há uma portuguesa) é baixinha e gordinha.
Assisti esse filme no Estação Paço, no Paço Imperial. Ótimo cinema, pequeno, aconchegante. Acho que é um dos poucos cinemas que tem quadros nas paredes da sala de projeção. Tem dois, um de cada lado. Vale conferir também o bistrô do Paço, que é divino. Bem isso foi em julho de 2004 e essa data me lembra Lukas Moodysson no Brasil. Mas a história do cineasta sueco e de seus filhos picados por mosquitos em Pirinópolis fica pra semana que vem. Até lá!

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